quarta-feira, 4 de julho de 2012

A “GARRAFADA”

Não é segredo nenhum - pelo menos para grande parte dos nortistas que habitam a planície amazônica brasileira - os traços herdados dos povos indígenas na cultura das cidades interioranas e na metrópole dos Manaós. Uma dessas características mais marcantes é a utilização de ervas e plantas da flora da Amazônia para a prevenção e cura de doenças. Nas minhas mais remotas reminiscências, lembro-me das “garrafadas” expostas no Mercado Público de Manaus. A “garrafada” é uma mistura de ervas, cascas de madeira, folhas, cipós, essências e uma miríade de raízes que prometem curar todo tipo de enfermidades que possam afetar o corpo humano. Elas eram e ainda são prescritas pelos homens e mulheres que dominam este conhecimento dos povos ribeirinhos e tradicionais. Pensando nisto, procurei uma cabocla que apresentava uma tez alegre, sorriso indígena, sotaque singular e exalando o aroma doce do maracujá e pedi para ela um remédio para as mazelas que afligem este mundo moderno. Ela preparou uma “garrafada” que misturava no seu conteúdo coisas maravilhosas como: respeito, inteligência, amor e conhecimento. E neste momento faço questão de compartilhar doses hercúleas desta “garrafada” com todos os seres humanos deste universo. Saúde!